sábado, 16 de abril de 2011

Meu JJ se foi, virou estrelinha

Tem gatos que se fazem presentes por sua personalidade. Tenho cinco gatos, todos marcantes, com suas características particulares, que correm para os meus braços, cada qual com sua ânsia de carinho. Desde ontem, só quatro vem pra junto de mim, o JJ tinha aberto um buraco na tela da janela e fugido. Hoje, ao procurar, a Rosane encontrou-o morto no pátio de um vizinho. Não tinha ninguém em casa, então o resgate foi só a tarde. Obrigada Rosane, Karine e Helena. Meu JJ foi sempre marcante: irmão da Aime, do Pierre (que também já morreu) e da gatinha três pelos que a Fran adotou, ele mesmo tinha ido para adoção três vezes, mas sempre voltou pra cá por um motivo ou outro e depois da terceira tentativa, resolvi que ele ficaria comigo pra sempre. Ele amava prateleiras, para poder jogar as coisas no chão. Gavetas não ficavam fechadas e a preferida era aquela que tinha os guardanapos de prato, até fazer eu trocar para outro local, mais inacessível. Se a porta do banheiro estivesse aberta, a diversão dele era tirar o ralo do lugar. Da minha cama ele subia num pulo só até em cima do ropeiro e ficava olhando de lá. Adorava dormir encostado em mim. No domingo retrasado, enquanto lia "Um bom trico", tive que esperar ele se cansar de ficar entre o livro e eu, receber a quantidade de carinho que ele necessitada, para eu voltar a ler e ele conseguir se aninhar perto de mim. "Nada ficou no lugar", era o lema do furucão JJ. Sempre faço chamada nos meus bichinhos, conto todos para não esquecer de ninguém, agora em vez de cinco, são quatro. Eu sei que isso acontece, mas por isso mesmo, meus gatos não saem na rua, a Avelã também morreu de acidente e isso me deixou muito triste. Pensei que iria evitar que outros acidentes fatais acontecessem, caso não os deixasse sair na rua, afinal de contas, eles me tem como sua guardiã, mas a tela não foi suficiente para o meu JJ. A janela está fechada, vou pensar em algo mais forte para permitir a ventilação. Agora há pouco estava com todos os gatinhos na garagem. Até os feris (três recolhidos da  rua e que dificilmente serão adotados, porque não se deixam tocar) ficaram sentados na minha frente, olhando nos meus olhos querendo me consolar, um inclusive é frajolinha como o JJ. Os demais se chegaram todos para ganhar um chamego, inclusive as duas sobreviventes órfãs que também são frajolinhas. Se a Avelã me ensinou a amar felinos, o JJ me ensinou a ter paciência com as suas infinitas peraltices, e também a ser persistente, porque ele nunca desitia do seu objetivo.  Obrigada pela oportunidade de viver contigo, meu docinho, tenho certeza que estás bem.