segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pako e eu

Ontem depois de ir as lágrimas vendo Marley e Eu, passou por minha mente o meu filme: Pako e Eu. Um lindo filhotinho que chegou em nossa casa com 23 dias, pois estava perdendo peso pq sua mãezinha já era de certa idade. Ganhei, melhor, minha familia ganhou o melhor amigo e guardião do mundo. Ele não gosta de rabicó, arranca dos cabelos de qualquer um. Tinha que ser "nanado" e posto à dormir entre dois travesseiros. Qdo ele era ainda bb tinhamos uma secretária em casa e ela dava maçã raspada... ele pegava cenouras e as roia como se fossem ossos saborosos. Com toda delicadeza roubava a carne que as crianças comiam no churrasco, deixava muito babado, de pingar as mãozinhas da minha afilhada e meu sobrinho... Assim que cresceu um pouco e conseguia subir nas camas sozinho decidiu que ali dormiria... geralmente eu e ele em uma cama de solteiro. Em uma véspera de natal, recebi em minha porta uma gatinha já dando cria, ela foi colocada no "quartinho" em uma caixinha, passados alguns dias a Joice me grita que o Pako ia comer um filhote... sai correndo, e ele deitou-se ao lado do fiel amigo que "ele " escolheu: o Limão. Da ninhadinha de 4, dois eram amarelinhos, ainda de olhos fechados, o Pako subia na bancada e só pegava um deles, pra entender o que estava acontecendo, as vezes escondíamos o Limão, e ele nunca pegou o outro por engano.

Nós andavamos todos dias pela Buarque de Macedo, duas e até três vezes por dia. Por diversas vezes o Limão nos acompanhava... O Pako por algumas vezes foi feroz, mordeu um vagabundo que de bicicleta ficou me falando obcenidades, também mordeu um ex que resolveu falar comigo na rua, um rapaz que dobrou a esquina correndo e nós tinhamos deixado ele ir fazer xixi "só na árvore", esse ele não mordeu, mas o cara caiu dentro da valeta...
A porta dos fundos ficava aberta, ele entrava e saia a hora que queria, abria a porta de tela numa rapidez sem igual. E o Limão? Bem, esse ele colocava onde ele queria, carregava o gato por toda a casa... e qdo o Limão se foi ele teve uma tristeza sem fim.
Qdo ele tinha uns 3/4 anos foi atropelado numa corrida atrás de um gato que pulou um muro e saiu em fuga... cruzou a Buarque de Macedo e bum. Fratura na pata traseira. Cirurgia, pino, muleta... O pior era ele entender que nós não podiamos ir passear. Lembro que era só pegar a bandeja do curativo que ele deitava sozinho e levantava a pata operada pra tratar. Falar em Cassino ele surtava, carregava pano, guia e algumas vezes até o prato para a porta, vai que a gente esquecesse... Nunca! Jamais vamos esquecer.
Hoje ele tem 14 anos. A pata operada incomoda. Ele tem um pouco de catarata. Cambaleia e cai. Está surdo. Ronca e algumas vezes se caga. Ano passado teve sua primeira bicheira. Tem DAP desde bebê. Amava ir a praia e comer peixe cru. Certa vez de longe eu e a mãe qse morremos de tanto rir: meu padrasto, o Pako, um João Grande, uma linha de pesca... era um rolo na beira do mar... é, ele "pegava" os peixes.
Há uns 4 anos ele ganhou uma cãopanheira, a Dara.
Lembro das noites tortas que passei pq ele se espichava. E ainda tinha o Limão. Uma cama de solteira pra três... e nunca foi demais. Quando penso em tanta coisa que passamos juntos não quero que ele se vá, mas faz parte, e sei que qdo chegar a hora dele vamos estar com ele, e ter a certeza que sempre fizemos tudo com ele e por ele.

Patrícia Cassuriaga