quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CETE/RS vai "dar um corridão" em quem alimentar os animais? Como assim? POA

http://adoteumbichoderua.blogspot.com/2011/12/ceters-vai-dar-um-corridao-em-quem.html
Segue denúncia grave recebida através da protetora Mariluce Britto Lima Dias, envolvendo o CETE - Centro Estadual de Treinamento Esportivo do RS:
"Ainda hoje recebi um telefonema do CETE informando que será feito um 'plantão' para que a ração seja colocada fora e quem for até lá alimentar os gatos levará um corridão" (ver e-m abaixo).
Importante lembrar que os chamados ANIMAIS COMUNITÁRIOS pretegidos pela Lei Estadual 13.193/09 tem direito a receber alimentação e proteção; e nada nem ninguém (nem o CETE - Centro Estadual de Treinamento Esportivo do RS, localizado na Rua Gonçalves Dias, 628 - Bairro Menino Deus, em Porto Alegre, fone 51-3288-9191) irá impedir que voluntários cuidem desses animais.
Por fim, que fique registrado: nosso trabalho como protetoras voluntárias de animais de rua É ALGO MUITO SÉRIO E DEDICADO e nenhuma de nós vai 'levar corridão' nenhum, de quem quer que seja.
Extremamente lamentável que instituições como o CETE/RS ainda ajam desta forma.
Em 27 de dezembro de 2011 13:00, Mariluce Britto Lima Dias escreveu:
Venho chamar a atenção sobre o que está acontecendo no CETE – Centro Estadual de Treinamento Esportivo, onde vivem diversos gatos sem dono, quase todos ali nascidos.
Há oito anos cuido deles dando ração, providenciando castração, tratamentos veterinários e encaminhando filhotes e adultos para adoção. Sempre com meus recursos.
Por ocasião da demolição da antiga arquibancada onde viviam tive o apoio de funcionários responsáveis pelo local e que se sensibilizaram com a situação, viabilizando a construção de um abrigo e o deslocamento dos gatos para lá.
Isso foi possível graças à intermediação da Sra. Regina Becker, Primeira Dama do Município de Porto Alegre e a autorização do Exmo. Secretário do Esporte e Lazer, Kalil Sehbe.
Porém há algum tempo houve mudanças administrativas, e os novos responsáveis pelo local se manifestaram contra o trabalho de assistência de qualquer ordem aos gatos, inclusive alimentação e água.
A principal queixa se refere aos dejetos dos animais. Porém a proposta que fiz de colocação de bandejas sanitárias com areia higiênica foi de imediato recusada.
A alternativa indicada pelo funcionário que fez contato comigo é a eliminação dos gatos pela falta de alimento, o que contraria as leis de proteção aos animais.
Afirmou que as gatas não castradas darão cria na rua ou na vizinhança. Assim, concluo que transferiremos um problema que é do CETE para os prédios e casas vizinhos que não tem nada a ver com os gatos.
Quando lá comecei meu trabalho viviam, apenas na antiga arquibancada, 15 filhotes e, aproximadamente, 15 adultos. Isso sem falar no restante da área. Naquela época fiz um cálculo aproximado de 60 gatos em todo o CETE.
Hoje são 26. Uma redução fantástica para quem lida com animais ariscos e recursos e tempo reduzidos.
Eles vivem no nosso habitat e não no deles. Temos obrigação de protegê-los das regras cruéis da nossa sociedade e dar-lhes condições de terem uma vida , pelo menos equilibrada.
Não permitirei que se repitam as cenas de canibalismo gerado pela fome que vi logo que comecei a tratá-los.
Cumpre salientar que o um dos principais objetivos da "causa animal" é a redução da população de animais de rua de forma humanitária através da esterilização e adoção, e dessa tarefa não abrirei mão.
Há pouco tempo o CETE passou por grandes reformas e a vida e o bem estar dos gatos foram preservados. Tudo transcorreu tranquilamente. Tenho certeza que as próximas reformas que em breve virão também poderão respeitá-los.
Saliento que a Lei Estadual nº. 13.193/09 conceitua animal comunitário como aquele que estabelece com a comunidade em que vive laços de dependência e de manutenção. A ele é assegurado o direito de ser esterelizado, identificado e devolvido à comunidade de origem.
Finalizo transcrevendo as palavras do Promotor de Justiça de Defesa Comunitária de Pelotas Jaime Chatkin que atuou na condenação dos algozes da Cadela Preta, arrastada até a morte pelas ruas de Pelotas:
"Milhões de palavras não seriam suficientes para descrever a existência sem amor, sem lar, sem compaixão, sem perdão e sem redenção que acomete bilhões dos nossos companheiros de jornada neste planeta, dia após dia, a cada momento.
Porém, acima de tudo, que fique registrado nos anais dos acontecimentos que a Promotoria de Justiça de Pelotas agiu em nome da própria Cadela Preta, e não apenas por fundamentos emocionais, mas porque o Direito Positivo Brasileiro – o conjunto de leis que deve reger uma sociedade civilizada – preceitua há muito tempo que o Estado é o tutor de todos os animais. "
Ainda hoje recebi um telefonema do CETE informando que será feito um "plantão" para que a ração seja colocada fora e quem for até lá alimentar os gatos "levará um corridão". Argumentei que deve haver uma alternativa diferente, porém, da mesma forma como aconteceu com a Primeira-Dama do Município, Regina Becker, o telefone foi desligado enquanto eu ainda falava.
Diante do exposto e certa do apoio de todos, informo que continuarei meu trabalho de proteção aos gatos do CETE com a mesma responsabilidade e comprometimento de sempre.
Mariluce Lima Dias - Advogada

Postado por Adote um bicho de rua: SALVE UMA VIDA! às 07:28