terça-feira, 23 de novembro de 2010

Espandongado é feliz!!!!!!


Há uns dois meses atrás, à noite, quando ainda estava na "função" diária de aspirante a protetora, recebi a ligação da Luciana. Não a conhecia, ela estava bem nervosa e me pediu ajuda: "acho que um cão muito pequeno foi atropelado, ele está com muita dor, grita, preciso pegá-lo para tratá-lo, mas ele não deixa, não sei o que fazer". Tinha acontecido no centro da cidade e eu estava no Cassino, então pedi a ela que usasse um cobertor para pegá-lo, assim a protegeria das mordidas, já que o cão estava com dor e poderia tentar se proteger dessa forma. Naquele momento, ela se acalmou, o que notei pela voz, e já resolveu tudo: ia usar o casaco, buscar uma caixa do serviço, conseguir o transporte para casa e chamar o veterinário que atende seus pets, me agradeceu e nos despedimos.
Fiquei pensando e comentei com a Rosane, "me agradeceu por que se não fiz nada?". Mantivemos contato posteriormente, para acompanhar a recuperação do Espandongado e ver se ele seria anunciado para adoção. Felizmente, hoje apresento pra vocês a história dele, que conseguiu um lugarzinho no coração da Lu e do Fábio mesmo. Quando falamos que "ajudamos a ajudar" é justamente para que mais ações como essa com o Espandongado aconteça e tenhamos um futuro melhor para a bicharada. Quanto mais pessoas se envolverem, mais animais serão atendidos e melhores seremos como pessoas na comunidade em que vivemos.

Espandongado, seja feliz, tua bênção já foi dada, agora é aproveitar!

Espandongado, by Luciana:

O "cachorrinho atropelado" hoje atende por Espandongado. Não consegui adoção, mas ele ficou comigo, e está ótimo. Caminha nas quatro patinhas, come ração louco de feliz, e passa 90% do tempo dentro de uma casinha azul,que compramos para Mig (nosso Cocker total flex) e ele desprezou. Pois, Espandongado amou a tal casa; é o castelo dele. Uma fofura. Ele é todo calminho e querido. Nem para passear ele pede.
Só sai de dentro da casinha para pegar sol de manhã. Daí, fica deitado no pátio, de barriga para cima, olhinhos fechados, e depois volta correndo pra dormir na "mansão" que é só dele. Lá dentro, ele tem uns paninhos e uns jornais que coloco. Ele rasga os jornais, faz uma espécie de ninho, e se deita naquela massaroca todo contente. Graças à tinta do jornal, vive encardido rrrrsssss.
Quando a gente faz muita festa, ele manca, acho que pra fazer um charme, mas se não tiver ninguém paparicando, caminha normalmente. Claro, ficou alguma seqüela: tem vezes que ele tenta pular na gente, e não consegue. Ficar apoiado só nas patas de trás é impossível para ele, mas bem que tenta dar uns pulinhos.
Em síntese: eu nem podia ficar com mais um bichinho, mas também não podia devolvê-lo para a rua. Ele não é o tipo de cão que vive feliz caminhando sem rumo, sabe? Lógico, nenhum bicho deve viver abandonado, mas tem aqueles que se acostumam à rua e realmente não se adaptam à vida domiciliada.Espandongado é o contrário: ele gosta de sossego. Fica horas deitado no mesmo lugar, não tem a menor disposição pra correr atrás de motos, latir para gatos, adora comer ração e é dorminhoco. Não ter um lugarzinho só seu devia ser um tremendo sofrimento para ele.
E também, confesso, me apeguei. Fábio, meu marido, também se apegou. A gente acorda e ele vem pra porta, dar bom dia. É o cachorro menos exigente que temos em casa. Aliás, é o cachorro menos exigente que já conheci. O mais humilde de todos. É praticamente como se ele não estivesse ali. Não dá nenhum trabalho, é obediente, inteligente, silencioso e asseado. Não dá pra entender como é que um animalzinho tão cheio de predicados altamente desejáveis, até hoje ainda não tinha sido adotado.
As pessoas, burras que são, escolhem seus bichos pelo aspecto e, não raro, se estrepam por isso. Tu vês: eu mesma tenho um, "de raça" que é uma peste.Porquinho, teimoso, barulhento, destrutivo e tudo o que ninguém quer num cachorro. Mas né, ele era um filhotinho de Cocker lindo, e alguém o quis, levou pra casa, deu nome, cama, vacina e etc. Só não conseguiram aturá-lo por muito tempo porque, apesar de lindo, com oito meses ele ganhou cartão vermelho dos donos originais e acabou vindo parar aqui em casa.
Milene, é isso. Não sei a história da vida do Espandongado. Nem a idade dele. O veterinário acha que deve ser algo entre 5 e 7 anos. Eu acho que é mais, porque o focinho já está todo branco. Mas sei que, desde aquele dia que te telefonei, ele vive feliz e a felicidade está estampada na carinha dele. Se tu quiseres conhecê-lo, e também aos meus outros peludinhos, venha aqui nos visitar, vai ser um enorme prazer.

Um beijão meu e do Espandongado!