Sábado, enquanto estava na rotina com os animais (leva para quimio, entrega depois da esterilização, "enfermagem", contato com adotantes, entre outras), pensava em como havia sido o mês de outubro e como iria falar no blog a respeito. Estava dando adeus a um mês complexo para todos os voluntários do grupo: desde casos "perdidos", casos apreendidos, casos abandonados. Achei, inocentemente, que na véspera do final do mês, podia comemorar que havia acabado e deixar pra trás todos os problemas vencidos. Ledo engano, no penúltimo dia, chego em casa, às 16h, pronta para guardar as compras e tirar uma soneca, quando percebo que a Filomena não estava em casa. Quase desmaiei, vi que ela tinha feito um enorme buraco por baixo da pvcerca, tirado a coleira e ganhado as ruas. Comecei a ligar desesperada para os amigos e saí em busca dela. Em minutos, a "cavalaria do Vira-Latas e Corações", já estava a postos, distribuída pelas ruas do Balneário, atrás da minha Filó do coração. Todos os pet's, todas as pessoas passeando com os cães, amigos de bike avisados e uma vontade enorme de encontrá-la. Voltei ao local que a resgatei e, como "desgraça pouca é bobagem", a Laurinha que estava comigo avistou, no "meio do nada", um podlle ensanguentado. Pronto, definitivamente, o mês de outubro e dos horrores, ainda não tinha acabado. Paramos o carro, pegamos a caixa de transporte, ele estava muito assustado, sangue pingando, olho revirando e outro com derrame, mordeu a Laurinha de tanta dor e medo, na defesiva, se protegendo desse mundo cruel. Com muita calma, conseguimos colocá-lo na caixa e levar à Med. Veterinária. Medicado, foi para o abrigo e reagiu muito bem, graças a Deus, ao tratamento. Já está comendo, o que é um grande sinal. O que precisamos agora, é que ele deixe limpá-lo, porque o sangue coagulado atrapalha a cura. Já sabemos que tem uma catarata em um dos olhos e por isso não enxerga, ou seja, está na "melhor idade canina" e, por isso talvez tenha sido abandonado. Fico pensando se os "duendes" não fizeram a Filó fugir para ajudarmos o Podlle, já que hoje a Paty encontrou, como num passe de mágica a Filomena, andando aqui perto de casa. Ela veio pra cá e foi direto para o sofá, o lugar para qual ela nasceu para viver. Agradeço a todas as pessoas que apoiaram a busca da Filó de todas as formas. É a corrente do bem agindo... Que Deus abençõe vocês!
Quanto aos casos difíceis que vivenciamos, tem um ditado que diz que nos fortalecemos enfrentando as dificuldades e é isso que continuaremos a fazer. E um dos desafios, se não o mais importante é sensibilizar as pessoas. Responsabilizar também. Cães velhos, doentes, em excesso são descartados pelos seus pseudo guardiões.
Enquanto todas as pessoas não mudarem a sua atitude em relação aos animais, continuaremos com "outubros" se repetindo. Por isso precisamos de ajuda para envolver as pessoas e convidá-las a olhar sob uma nova perspectiva. A viagem vale a pena.
