quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cantora Fiona Apple cancelou a sua vinda ao Brasil por causa de sua Pit Bull, que está partindo.

"São 18h de sexta-feira, e eu estou escrevendo para poucos milhares de amigos que eu ainda não conheci. Eu estou escrevendo para que eles mudem seus planos ou adiem um pouco mais.
É o seguinte. Eu tenho uma cachorra, a Janet, e ela está com um tumor há quase dois anos, que cresce a cada dia muito devagar. Ela tem quase 14 anos agora. Eu a tenho desde que dos 4 meses de idade. Eu tinha 21 na época, uma adulta oficialmente – e ela era minha criança.
Ela é uma Pit Bull que foi encontrada no Echo Park, com uma corda no pescoço e mordidas por todo seu rosto e orelhas. Ela era uma daquelas que os caras de rinha usa conter a briga. Ela tem quase 14 anos e nunca a vi começar uma briga, morder ou mesmo rosnar, por isso entendi porque ela era usada para esse papel horrível. Ela é uma pacifista.
Janet tem sido o relacionamento mais coerente da minha vida adulta, e isso é um fato. Nós já moramos em inúmeras casas, passamos por diversas famílias, mas realmente somos apenas nós duas. Ela dorme na cama comigo, sua cabeça no meu travesseiro, e aceita minhas lágrinas histéricas em seu peito, com suas patas ao redor de mim todas as vezes que estava de coração partido, de espírito quebrado ou perdido. Com o passar dos anos, ela me deixou fazer o papel de sua filha, com eu adormecendo com o queixo apoiado em sua cabeça. Ela estava sobre o piano fiz canções, latiu todas as vezes que tentei gravar alguma coisa e estava ao meu lado no estúdio todo o tempo que gravei o último álbum.
A última vez que eu voltei de uma turnê, ela era ágil como sempre. Ela está acostumada comigo indo por algumas semanas a cada 6 ou 7 anos. Ela tem a Doença de Addison, o que torna perigoso ela viajar, porque ela precisa de injeções regulares de cortisol. Ela reage ao estresse e à excitação sem as ferramentas fisiológicas diferente de nós. Ela pode entrar em pânico e ser levada à morte. Apesar de tudo isso, é alegre e brincalhona e só parou de atuar como um cachorrinho de cerca de três anos atrás. Ela é a minha melhor amiga, minha mãe, minha filha, minha benfeitora. Ela é a única me ensinou o que é amor.
Eu não posso ir para a América do Sul. Não agora. Quando eu voltei da última turnê nos Estados Unidos, eu reparei uma enorme, enorme diferença. Ela não queria passear mais. E eu sei que ela não está triste por envelhecer ou morrer. Animais tem um extinto de sobrevivência, mas não senso de mortalidade e vaidade. É por isso que são muito mais presentes do que as pessoas.
Mas eu sei que ela está chegando perto do ponto onde ela deixará de ser um cão, para se tornar parte de tudo. Ela vai ficar com o vento, no solo, na neve e dentro de mim, aonde quer que eu vá. Eu simplesmente não posso deixá-la agora. Por favor, me entendam. Se eu for embora de novo, tenho medo dela morrer e não ter a honra de cantar para ela dormir.
Muitas vezes eu demoro 20 minutos só para pegar uma meia para usar pra dormir. Mas essa decisão que tomei foi instantânea. Existes escolhas que tomamos que definem quem são. E eu não quero ser a mulher que colocou a sua carreira acima do amor e amizade. Eu sereia a mulher que ficará em casa e cozinhará para minha mais querida e antiga amiga. E ajudarei ela a ir confortável, segura e com a devida importância.
Muitos de nós hoje em dia tememos a morte de um ente querida. É a verdade nua e crua da vida, que faz com que a gente se sinta com medo e sozinho. Mas eu gostaria que também pudéssemos aproveitar o tempo que vem antes do fim. Eu sei que vou sentir o conhecimento mais profundo dela, da sua vida, do meu amor por ela nos últimos momentos. E eu preciso fazer de tudo para estar lá. Porque quando ela se for, vai ser a mais linda, mais intensa, a experiência mais enriquecedora da vida que eu já conheci. Quando ela se for.
Então, eu vou ficar em casa, e eu estou ouvindo-a rosnar e bufar, e divertindo-se. Estou pedindo a benção de vocês.
Estarei com todos.
Com Amor
Fiona"